Amor à arte e aos momentos belos da vida

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Local: São Paulo, SP

sexta-feira, 30 de junho de 2006

Ninguém quer escutar!

Show dos Rolling Stones

Mais de 1,2 milhão de pessoas, o que se via em Copacabana era um mar de cabeças amontoadas, parecia que a multidão não tinha fim.

A população não era só de pessoas, os barcos dominavam as margens da praia, até um navio todo iluminado marcou presença.

Qual era o medo? Será que terei segurança num show gratuito dos Rolling Stones na praia de Copacabana?
Minhas expectativas foram ultrapassadas. Cheguei ao Rio às 8 da manhã, assisti ao espetáculo em um lugar consideravelmente bom, conseguia ver miniaturas de Jagger, Wood, Richards e Watts e com o apoio da grade na minha frente, a visão ficava muito melhor.

Fim do show, após o arrepiante coro da multidão, só quem estava lá no meio sentia a vibração de milhões se esvair pelo céu ao som de Satisfaction.

Passei o show todo na grade da saída de emergência que fora planejada para facilitar a movimentação dos policiais e bombeiros e os atendimentos de emergência.

Conversei com muitos PMs antes, durante e após o show, mas as considerações do policial Rudney (mudei o nome, porque pensei que poderia prejudicá-lo) me marcaram muito e agora com essa tomada dos morros cariocas pelos militares em busca das armas roubadas, algumas coisas que escutei ficam mais claras em minha cabeça e me fazem pensar que estamos de olhos fechados para um problema diante de nós.
Esse é um assunto atual, não só para o Rio de Janeiro, mas também, para a violência que paira em São Paulo com os ataques do PCC.

PM1: Vocês são do Rio?

Flávia: Olha para nosso bronzeado branco, somos de São Paulo.

PM1: Vocês são corajosas de terem vindo.

Flávia: Mas foi tranqüilo. Vocês se deram bem e assistiram todo o show numa boa sem serem esmagados.

Rudney: Nós? Nem dá para assistir temos que ficar cuidando da proteção de vocês e trocamos toda hora de posto. A gente está aqui protegendo, arriscando nossas vidas, ganhando pouco. Quando a Secretaria de Segurança era responsável pela PM, as coisas funcionavam melhores. Agora somos subordinados ao Estado.

MT: Então, a PM está mal, porque o governo e a Prefeitura de vocês, ninguém merece.

R: As pessoas gostam muito de nos criticar, mas não sabem que arriscamos nossas vidas. Você não sabe o que é estar numa troca de tiros no morro e uma bala perdida passar por cima de sua cabeça.

MT: Você sobe muitos morros?

R: Um monte. Hoje estamos aqui, mas amanhã é lá em cima. E não reconhecem nosso trabalho. Nosso inimigo é a imprensa e a Globo.

MT: Por quê?

R: Eles só sabem estampar nas páginas dos jornais as manchetes: PMs corruptos! Só criticam. Por causa de 20% de policiais corruptos, os outros 80% pagam o preço.

MT: Eu vi o documentário Notícias de uma guerra particular....

Outro PM se interpõe à conversa e dispara rapidamente:

PM2: Você viu aquele filme? Muito sensacionalista. Mas é verdade sim, vivemos numa guerra particular.

O veemente Rudney também atropela o colega.

R: Uma guerra civil. O Rio vive uma guerra civil, só que ninguém fala disso. Imagina se os estrangeiros vão querer vir para uma cidade que vive uma guerra. Eles não divulgam para não desestabilizar o turismo.

MT: Também li O Abusado. Vocês vão mesmo invadindo o morro?

R: Se a sociedade reconhecesse o trabalho policial, as coisas seriam muito melhores, mas nos culpam por tudo. No morro tem gente muito trabalhadora e a voz do chefe comunitário é muito forte. Não adianta subir o morro e combater o tráfico, se o Estado não faz nada, não dá educação, lazer e saúde.

MT: Preferem culpar vocês, porque na hierarquia a PM estaria abaixo do prefeito e do governador que devem ter ações e planos para melhorar as condições da população nos morros.

R: Eu vivo para três coisas: Deus, minha família e meu trabalho. E a sociedade deveria nos apoiar mais. Eu me arrisco, sei que minha cabeça vale R$ 15 mil e se me encontrarem vivo, vão me amarrar, me torturar, me bater, devem me cortar, colocar em um pneu e me queimar. Mas, eu não vou desistir, vou continuar trabalhando para tentar fazer a diferença...Isso ninguém fala e divulga, mas toda a sociedade deveria saber.

Enquanto ele me falava tudo isso, Rudney mal respirava, contava tudo com atenção, revoltava-se com seus companheiros corruptos e esbanjava orgulho ao falar de sua profissão.

Pronto, está aí enquanto a multidão enfurecida cantava “Polícia é pra quem precisa de polícia”. Eu pensava que precisava mesmo deles e que tinha escolhido um ótimo um lugar para ver os Stones.

Qual a solução? Para nós que vemos tudo de longe ou pela tela da TV, criticar, criticar o policial, o tráfico, mas e se perguntarmos para quem mora no morro. Qual é a melhor solução no ponto de vista deles? Alguém já os questionou?

quinta-feira, 29 de junho de 2006

Menino do Rio!

Rio de Janeiro

Isso aconteceu no começo deste ano, quando fui para o Rio de Janeiro, sonhar....

R: Quer comprar?
MT: Não, obrigada.
R: Eu to com fome, vc não quer comprar alguma coisa para eu comer.
MT: Espera um pouquinho que eu vou lá e já volto....Aqui.
R: Obrigado senhora.
MT: Imagina.
R: Eu não comi nada o dia todo.
MT: Eu tb não, só tomei café.
R: É porque a senhora tava viajando de avião.
MT: Não, é que não deu tempo mesmo. Nossa, vc ta aqui até agora. Qdo vc vai embora?
R: Ah, eu tenho que juntar dinheiro para ir para casa. Hj eu sai e meu irmãozinho tava chorando com fome.
MT: Onde vc mora?
R: Em Acari.
MT: Acari? Onde é, perto de onde?
R: É longe, a senhora sabe onde é Pavão?
MT: Já ouvi falar, mas eu não sou daqui não sei muito bem.
R: Eu pego três ônibus para ir embora.
MT: Caramba!! É longe hein. Não dá para passar por baixo?
R: Não, tem câmera no ônibus.
MT: Mas, tá na escola, tem que estudar.
R: Eu to, é que eu tô de férias. Eu cheguei tarde hj aqui, pq fui nadar. A professora falou que eu só nado, pq eu tô na escola.
MT: Viu como é bom estudar, bate aqui...(ele bate na minha mão com um sorriso doce, conquistado durante a conversa).
MT: Quantos anos você tem?
R: 12. Fui para sétima série.
MT: Como você chama?
R: Roberto...Eu adoro matemática, eu sempre erro no caderno, mas na prova eu acerto tudo.
MT: Matemática? Nossa, estuda que vc vai ver como isso vai ser importante mais para frente. Eu não gosto de matemática.
R: Eu também gosto de português...
MT: De português, eu gosto...Quem é ele?
R: Meu irmão. Ah, ele tb vai para Acari hj?
R: Não, ele mora na Rocinha com a esposa. Tem duas filhas.
MT: Duas filhas? Quantos anos ele tem?
R: 15.
MT: 15?? E pq você num vai para Rocinha com ele, é mais perto.
R: Eu gosto de morar com minha mãe e meus irmãos. Às vezes eu durmo aqui na calçada, ou lá na praça.
MT: O bom é que aqui é calor.
R: É nada, faz frio, acho que é o vento do avião.
MT: Quantos irmãos você tem?
R: 8 e com ele 9.
MT: Eu sou chata, fico fazendo um monte de perguntas.
R: A senhora não é chata, também gosto de fazer pergunta.
MT: Não precisa me chamar de senhora. Sou curiosa...rs...E seu pai?
R: Mora com agente.
MT: Vocês são em 9.
R: Não, 10 com minha mãe.
MT: Viu num falei que era ruim em matemática, você é bom mesmo.
E você gosta de morar no Rio?
R: Mais ou menos, tem lado bom e ruim.
MT: Qual é o ruim?
R: Os tiroteios...
MT: Tem muito tiro onde você mora?
R: Tem.
MT: Mas é todo dia?
R: Não, um dia sim, alguns não.
MT: Mas por quê?
R: Sei lá. A polícia invade.
MT: Os policiais vão invadindo sem motivo né?
R: Não, eles tão fazendo o trabalho deles, eu entendo. No Rio morre uma pessoa por dia, sabia?
MT: E rola uns canos furados, aí vocês tomam banho? (eu tinha acabado de ler Abusado do Caco Barcellos, por isso perguntei. No livro ele conta isso).
R: Não, os canos são dentro. Outro dia o cano quase me enrolou. Eu abri muito forte o chuveiro e ele começou a mexer.
MT: É por causa da força da água..rs...E qual o lado bom do Rio?
R: Quando tá sol e eu vou para praia, vou nadar.
MT: Nossa, que gostoso.
R: A senhora tá aí faz tempo esperando...
MT: Não precisa me chamar de senhora, eu não tenho cara de senhora...rs...Eu tô sim.
R: Eu acho que essa pessoa não quer vir te pegar.

MT: Num fala isso Roberto, senão vou ficar triste. Ele sempre se atrasa mesmo....

quarta-feira, 28 de junho de 2006

Sessão Revolucionária II

Diários de Motocicleta

Uma viagem pela América do Sul, de Buenos Aires até o norte da Venezuela, percorrer a distância de oito mil quilômetros, passar quatro meses na estrada, utilizar uma moto velha conhecida como La Poderosa (A Poderosa) como meio de transporte, os viajantes: um futuro médico de 23 anos que está no último semestre de medicina e um bioquímico que beira os 30 anos.

Em Diários de Motocicleta Walter Salles consegue expor as belezas e injustiças da América Latina e ainda suscitar alguns sentimentos que levaram Ernesto Guevara de La Serna, o Che ou El Fuser, a se tornar um dos ícones da Revolução Cubana de 1959.



A viagem de Che Guevara e seu amigo Alberto Granado passa de uma aventura, para o relato sensível da pobreza que agonizava e até hoje transparece no sul do continente americano.

Quando Che conhece um casal de comunistas chilenos que luta contra o frio e a fome, no deserto de Atacama, e que pretendem conseguir emprego numa mina para sobreviverem, o que se vê é o humano Guevara que começa a sofrer com a pobreza e as mazelas do capitalismo.

“Constituímos uma raça mestiça do México ao Estreito de Magalhães”.

Essa é uma viagem de descobertas, de busca de identidade e o início da luta contra a desigualdade que Che travou contra o mundo capitalista no final da década de 50. Mas não é apenas de dor que se faz história, há muitos trechos engraçados que mostram a cumplicidade e a amizade de Ernesto e Granado, como as dezenas de quedas da La Poderosa ou a cantada nas “belas” chilenas para assim conseguirem comida e um local para dormirem.

“Aconteceu algo. Algo que tenho que pensar por muito tempo”.

Sensibilidade à flor da pele é a expressão perfeita para falar do trabalho realizado por Che a Alberto na colônia de leprosos localizada na Amazônia Peruana. Transpondo às regras cristãs impostas pelas freiras do local, eles são os primeiros a tocarem nos pacientes sem luvas, escutam-nos com atenção e os fazem sentir novamente como seres humanos.

A mudança do jovem médico é percebida no decorrer da obra e na vivência de novas experiências. A divisão do rio que coloca os leprosos de um lado e os funcionários e médicos do outro, desperta em Che a angústia da divisão social e a vontade de unir os povos e principalmente, acabar com a desigualdade.

Clavo mi remo en el agua

Llevo tu remo en el mío

Creo que he visto una luz al otro lado del rio

Finco o meu remo na água

Levo o teu remo no meu

Acredito ter visto uma luz ao outro lado do rio

Os planos gerais utilizados por Walter Salles expõem a bela natureza do caminho percorrido e alguns closes nos aproximam da sensibilidade de Che, quando ele conversa com a senhora enferma ou a jovem que tem lepra e precisa operar o braço. Há diversos momentos nobres, que são enriquecidos com trechos dos diários de Ernesto Guevara.

No DVD vale a pena assistir os extras de cenas que foram editadas e não entraram na obra final.

Para quem quer escutar a trilha sonora acesse o site da
rádio uol. A música Al Outro Lado Del Rio do uruguaio Jorge Drexler foi a vencedora do Oscar de 2005.

No site do
filme dá para conferir o trailer, notas do diretor e do roteirista, elenco, entrevista com Walter Salles e Alberto Granado.

segunda-feira, 26 de junho de 2006

Sessão revolucionária

Edukators

Edukators do alemão Hans Weingartner é um filme humano, que conta a história de três jovens com idéias políticos que invadem mansões para mostrar aos magnatas alemães que nem todo o dinheiro do mundo lhes trará segurança.

Filmado em formato digital, o filme tem aspectos de documentário. As primeiras cenas de um circuito digital de câmeras de segurança dão a sensação de invasão, proximidade e ao mesmo tempo de uma cumplicidade dos fatos, que nos acompanha durante todo o filme.

A mensagem do filme é bela e remete à revolucionária década do amor livre, 1960, quando jovens norte-americanos lutavam contra a guerra do Vietnã, a América Latina ia contra as ditaduras militares que a assolava e a Europa vivia um pós-guerra traumático e tentava apagar as marcas de Hitler, Salazar e Mussolini. Os três jovens Jan e os namorados Peter e Julie são espíritos insatisfeitos com a desigualdade social que abala as sociedades mundiais, eles não querem apenas discutir e sim acionar a consciência dos cidadãos para mudar esta triste realidade.

Os diálogos são uma verdadeira aula de história e consciência moral e a riqueza do filme está nas relações pessoais que este evoca. Julie trabalha em um restaurante da alta burguesia para pagar o concerto da Mercedez em que bateu, o custo do prejuízo é 95.500 euros, o tempo que ela levará para quitar a dívida serão oito anos, o modo como as pessoas que ela serve a tratam: mal.

Peter viaja e pede para Jan ajudar sua namorada, sem saber que os dois iriam criar vínculos de afetividade. Julie e Jan invadem a casa do dono da Mercedez, porém uma coisa sai errada: a moça esquece o celular na mansão e quando os dois voltam para buscá-lo são surpreendidos.

Então, a situação foge ao controle de todos e os três seqüestram o milionário. A partir deste momento, o filme obtém um ritmo diferente e a ação presente desde o início é substituída por paisagens magníficas em um cativeiro a beira de uma montanha. É aí que se tem a parte mais sublime do filme, onde os pré-conceitos são quebrados e os jovens descobrem que têm semelhanças com o milionário que também foi um revolucionário, revelações são feitas e após o ódio, a amizade e o ideal revolucionário perdoam a traição.

O final do filme é surpreendente e deixa o telespectador meio desnorteado. Fica a revolução e cai a máscara burguesa daqueles que a vestiram.

sexta-feira, 23 de junho de 2006

Judeus X judeus: um acontecimento esquecido pelo Ocidente

Cinco Dias

Assisti este documentário no Festival É Tudo Verdade, criado e idealizado pelo crítico Amir Labaki.

Soldados e policiais judeus avançam com enormes caminhões pelas ruas de um assentamento localizado na Faixa de Gaza, onde pessoas resistem à invasão com seus próprios corpos e pronunciam aos berros: “Nazistas”.
Soldados, policiais, assentamento e resistência. Essas quatro palavras fariam qualquer um pensar que a cena descrita retrata um episódio do conflito árabe-israelense. Porém, o que o documentário 5 Dias do diretor israelense Yoav Shamir retrata são os cinco dias finais do desmantelamento dos assentamentos judaicos da Faixa de Gaza em agosto de 2005.

Com cinco equipes de filmagem, Yoav consegue registrar militares israelenses em uma reunião sobre as estratégias para implementar a desocupação, ao mesmo tempo em que questionam se o ato pode ser ou não considerado democrático. “Seja no que ouvimos um narrador dizer sobre o tema do filme, seja no que escutamos os atores sociais diretamente nas entrevistas, seja no que escutamos os atores sociais dizerem entre si conforme a câmera observa, os documentários apóiam-se muito na palavra dita. O discurso dá realidade a nosso sentimento do mundo. Um acontecimento recontado torna-se história resgatada”[1].

Cena do filme Checkpoint de Yoav Shamir

A câmera que acompanha um colono que fará de tudo para unir forças e companheiros para impedir e atrasar o avanço das tropas, mostra um povo determinado e que acredita na força de Deus para impedir que eles percam seus lares.

Em um assentamento próximo a uma praia onde seus moradores preferem atitudes pacíficas para interromperem a ação, os colonos tocam violão e convidam soldados para entrarem em suas casas e rezarem. A atitude provoca comentários do alto escalão que ironicamente refere-se a seus conterrâneos como os judeus mais estranhos unidos em uma mesma região.

Cinco Dias é fiel em sua proposta ao acompanhar a luta dos colonos para preservar seus lares e também ao conceito do Cinema Direto de observação de um fato sem intervenção.
O filme também mostra a força militar israelense lutando contra seu próprio povo e ao mesmo tempo caçoando da situação. A influência externa é demonstrada pelas músicas dos ingleses de Liverpool, The Beatles, que tocam nos carros ou acampamentos dos militares.

Yoav mostra um lado do conflito entre árabes e israelenses como no filme de ficção Paradise Now, dirigido por Hany Abu-Assad, que mostra os últimos dias na vida de jovens palestinos que prendem explosivos em seus corpos para assim, tornarem-se mártires que almejam uma vida melhor para seu povo e têm na morte a esperança de atingir o ideal coletivo, e chegarem ao paraíso, mas o que o diretor quer dizer com o título do filme é a esperança de se chegar ao “Paraíso Agora”, ou seja, quer uma resolução das autoridades agora e não a extensão do conflito como se vê.
Em 5 Dias, uma espécie de Intifada judaica, mostra que a resistência dos jovens é mais amarga por saberem que seus lares servirão de moradia aos “inimigos” palestinos, este ódio continua e o ciclo da guerra e mortes é interminável.
Quando o comandante da operação se nega a explicar o por quê de não utilizar a mesma atitude branda da desocupação dos judeus para lidar com os palestinos, a câmera se apaga, como ainda muitos jovens mártires ou soldados de Israel terão suas vidas desligadas por este conflito.

[1] Nichols, Bill. Introdução ao Documentário; tradução: Mônica Saddy Martins. – Campinas, SP: Papirus, 2005.

quinta-feira, 22 de junho de 2006

Palpite futebolístico de uma feminista convicta

Quinta-feira, 22 de junho de 2006. O Brasil já está classificado para as oitavas da Copa, e hoje joga com um adversário fácil - segundo os especialistas e palpiteiros -, o Japão de Zico.

Hoje é dia do Brasil entrar em campo e mostrar como conquistou o título de Pentacampeão Mundial.

O brasileiro quer ver o Ronaldo gingar na área, fazer aquele jogo de pernas e driblar os japinhas com agilidade.

O brasileiro quer ver as homéricas goleadas da seleção canarinha, que ver o tão falado quarteto mágico em harmonia e ação. Até agora o que eu vi foi um quadrado furado, tentando se encontrar.

Hoje vou torcer para o Brasil entrar em campo com vontade, para ver as cobranças espaciais de Roberto Carlos, os cruzamentos rápidos do Gauchinho, para ver cruzamentos na área, para ver o toque de bola ágil e rápido, para ver o típico futebol brasileiro que tem um jeito todo especial, que tem a ginga nacional e que tem o espírito de alegria.

Bolão: Brasil 3 X 1 Japão

Peixe fora d´água

Eu acho que eu sou do contra ou sou muito estranha. Capricorniana de 31 de dezembro, devo ser chata, olha o dia que nasci. Enquanto a Paulista estava iluminada e os fogos bombando no céu, eu estava lá pertinho no Santa Catarina, bombando de chorar e ainda com a clavícula quebrada. Eita menininha!!
Eu já nasci para fazer barulho, para chamar atenção, até hoje sou assim, mas eu só bato o pé porque quero achar meu lugar ao sol, coisa que ainda não consegui. Nado contra a correnteza, mas quando estou cansada pego carona na marola, porque ser cabeça dura não dá, ser do contra tudo bem.

Um esporte que não é futebol

Vamos mudar um pouco de foco. Falar de um esporte que não é o futebol e que brasileiro começou a se interessar quando o Guga foi campeão de Rolland Garros.
Eu jogo tênis desde os 7 anos, ontem encontrei o dono da academia onde eu comecei a jogar. No feriado fui vice-campeã do Juca. Eu vacilei dava para ter ganhado, descobri que eu não sou uma boa perdedora, fiquei muito chateada.
Antes, eu não sabia competir, tinha pena, achava qua as pessoas brigavam em disputas, ficava com pena da adversária. Hoje eu estou me dando melhor em situações de competição, mas ainda acho que as pessoas são brutas em jogos.

Ps: Eu ia postar uma foto minha jogando, mas não deu.

terça-feira, 20 de junho de 2006

Lembranças e mais lembranças!

Vida feita de momentos, repleta de amigos que não queriam se desgrudar, amores imperfeitos, praia, truco e cerveja.

Cuba, desigualdade social, anarquia? Será esta a solução?

Bons tempos sempre ficam na memória.

Mudaram as estações, nada mudou
Mas eu sei que alguma coisa aconteceu
Tá tudo assim, tão diferente
Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar
Que tudo era pra sempre sem saber que pra sempre sempre acaba
Mas nada vai conseguir mudar o que ficou
Quando penso em alguém só penso em você
E aí, então, estamos bem
Mesmo com tantos motivos pra deixar tudo como está
Nem desistir, nem tentar, agora tanto faz...
Estamos indo de volta pra casa...

Marione no Vale das Sombras!

Acorda, toma banho, come, pega o metrô.

Senta, liga o computador, abre o programa de notícias, lê os jornais.

Reescreve tudo o que está mal compreendido: notícias, fatos relevantes, manchetes, releases.

Pensamento voa, viaja, navega pelos sonhos na internet.

Manda e-mail, procura bolsa, pós, cursos de cinema.

Sombras, dor, amor, vontade.

Desespero, controle, esperança...

segunda-feira, 19 de junho de 2006

Crônicas Femininas Sem Chuteiras!

Pode ser a Copa do Mundo, O Campeonato Brasileiro, Final de Compeonato Europeu, Jogo da série C ou D...Não importa nestas horas a tela da TV é sempre mais importante para um homem.

Final da tarde de um sábado, dia agradável, quente, propício para um bom programa a dois.

"Ela" se prepara no quarto, com sua melhor roupa, melhor lingerie, corte de cabelo e tintuta nova, 3 quilos mais magra - depois de suar becas na academia.

"Ele" toma cerveja na frente da televisão 24 polegadas, chuviscada, com sua típica bermudinha azul dos tempos de estudante, camiseta furada e aquele barrigão cultivado com muito amor e carinho.

"Ela" o convida - com seu melhor sorriso - para uma noite romântica, regada às novas experiências e peripércias.

"Ele" recusa - com seu pior mau humor - pede que ela saia de seu colo, que pegue uma cerveja gelada no congelador e retire as outras para que não congelem.

"Ela" vai - com sua pior fisionomia - abre o congelador, pega uma, tira as outras e as coloca na geladeira. Entrega a latinha.

"Ele" abre, não diz obrigado, pede que ela saia da frente da TV.

"Ela" numa tentiva desesperada de sair da seca que a assola durante todo o compeonato, faz uma dança sensual com direito a velas, chantilly e algemas.

"Ele" nem presta atenção, só comenta que o som está muito alto, que ela usa uma roupa engraçada e pede que as velas sejam apagadas antes que a casa pegue fogo.

"Ela" pensa e faz um desejo profundo "Queria que sexo também fosse esporte ou que pelo menos, os jogadores estivessem nus".

"Ele" faz um carinho estabanado, enquanto pede mais uma cerveja.

"Ela" pega a loira gelada, abre e despeja na cabeça dele. Pega a chave do carro, vai para um bar com música ao vivo.

"Ele" pega um pano limpa a sujeira e pensa "Quando ela voltar vai ver".

"O outro" é gentil, oferece uma bebida, não gosta muito de futebol e adora beber cerveja gelada e bater papo.

Moral da história: Enquanto você vê 22 caras caras com uma bola, sua companheira está bem longe de casa, participando de um jogo mais animado.

sábado, 10 de junho de 2006

Como eu me diverti...

Central das Artes

Sexta-feira, mais ou menos 22:30, eu, Me, Bru e Mi seguimos para o niver da minha amiga no Central das Artes. A noite prometia e com certeza, conseguiu ir além do esperado. Eu entro e o segurança pergunta festa de quem? "Sheilinha. Ou melhor não é do Carlos?". Ele fala "telefone?". "7..". "Marione vc vai dar o certo?".

Pegamos nossas cervejas e fomos direto pra pista de dança...Já dançávamos descontroladamente, como hienas durante o acasalamento...Eis que o Bru se desespera....

Agora vcs vão ler o post que o Bru colocou no blog dele, eu juro que não consigo parar de rir...Pra quem quiser acessar www.garotoproblema.blig.com.br

10/06/2006 12:18
Ah.. esqueci de uma coisa mil vezes mais bizarra. No meio da festa, ou melhor, do forno da festa, lembrei-me como que de repente, que tinha esquecido de passar desodorante. Logo eu, senhor da higiene pessoal, tinha esquecido da porra do desodorante.
Comecei a entrar em desespero, suar frio, tremer as pernas, praticamente parecia que eu tava com vontade de cagar no metrô lotado e parado entre uma estação e outra às 6 da tarde. Foi de fuder! Perguntei pra galera se alguém tinha algum desodorante e a minha surpresa foi tamanha ao descobrir que ninguém era precavido o suficiente pra ter um desodorante no bolso.
Não que eu estava fedido, mas precisava de um desodorante pra não causar riscos a minha reputação de limpinho. Pensei em passar sabonete no banheiro e depois enxugar com papel toalha, pensei em colocar halls preto de baixo do suvaco, pensei em pedir uma caipirinha sem açúcar e expremer os limões nas axilas, pensei nas coisas mais bizarras que minha cabeça já pode pensar.
A amiga da Marione chegou com uma cerveja e eu, na intimidade e humildade, perguntei se talvez, por ventura, quem sabe, hipoteticamente falando, ela não teria um desodorante. ACHO QUE TENHO, ela respondeu. Fomos até os seguranças da balada, falei que tinha esquecido a carteira no carro e não teria como pagar. Chegamos no estacionamento que já tinha em média uns 743 carros sendo que 564 eram iguais os da Méry e uns 331 estavam sujos da mesma maneira. Enfim, depois de abrir un 285 carros, achamos a bolsa da Michele e acreditem se quiser: ELA TINHA UM DESODORANTE ROLL ON REXONA FOR WOMAN. Gritei para o mundo: OBRIGADO JESUS CRISTO SENHOR GLÓRIA GLÓRIA ALELUIA.
Meu, nunca passei um desodorante roll on for woman com tanta vontade, com tanto apego, com tanto cuidado. Foi a coisa mais aliviante que eu senti nas últimas semanas, tudo bem que eu fiquei cheirando a mulher, mas num pega nada.. E voltamos pra balada como se nada tivesse acontecido, mas agora, porém, eu poderia dançar com os braços pra cima.Ontem eu percebi que DEUS EXISTE!!!Nunca mais me troco usando o telefone ao mesmo tempo, antes tivesse esquecido de passar perfume e de colocar as calças.
enviada por B r u N i N h U !

10/06/2006 12:02
E do nada estávamos no meio de um estacionamento de 50 m quadrados com 753 carros. Durante as 2 horas que esperamos pro carro chegar, alcoolizados, nos divertíamos no estacionamento. Foi quando eu reparei que a Mery usava um sutiã azul calcinha. Perguntei o que era aquele sutiã e ela disse: SE NÃO GOSTOU, TIRA! Foi o que eu fiz, só que ela não contava com a possibilidade de eu pendurar a peça íntima na placa de saída. Enfim, a Mery ficou correndo livre, leve e solta pelo estacionamento, enquanto outras 100 pessoas mais alcoolizadas que ela cascavam o bico da situação bizarra (detalhe, quando eu me vi, vestia o sutião azul calcinha por cima da minha blusa e andava pelo estacionamento me despedindo dos amigos e desconhecidos).
Como somos pioneiros em ditar moda, pendurei o sutiã no carro como se fosse uma bandeira brasileira para a copa. E é claro que um monte de macho imbecil nos seguiu até o McDonald´s. Eu só vi a Mery e a Mari entrando descalças no Mac com aquele chão imundo sujo de guaraná, batata frita e molho mostarda. Quando estávamos indo embora, uma alma não identificada tentava parar o carro de ré no estacionamento (esses estacionamentos viu!), no detalhe que existem placas espalhadas com os dizeres: NÃO PARE DE RÉ. O imbecil deixou o carro atravessado no meio da vaga e não conseguíamos sair. A Marione, num ato de esperteza, usou o charme feminino e pediu pro cara ir mais rápido, usando a palavra GATO e a expressão POR GENTILEZA, apaixonando-o. Sendo que a cada coisa que a Marione falava ela nos olhava e deixava o cara falando sozinho, aí se segue o diálogo:
- Ei gato, vamos agilizar aí por gentileza.
- OPA, VC TEM TELEFONE? - o cara todo afoito
- Mas vc nem sabe meu nome. - disse a Marione com cara de criança, bêbada, claro.
- Não tem problema, eu te ligo e pergunto.
Mariana se intrometendo:- O TELEFONE DELA É 7777-7777 - e falou um número fictício que ela conseguiu repetir várias vezes a ponto de convencer até a Marione que o telefone era aquele mesmo.
- E ó.. - continuou a Marione - se vc gostar de cinema eu caso com vc.
E finalmente conseguimos sair daquele inferno negro chamado "MaC Estacionamento" no detalhe que o sutiã estava pendurado no espelho retrovisor.
*post dedicado a vcs duas que me fizeram rir a noite toda.enviada por B r u N i N h U !

sexta-feira, 9 de junho de 2006

Imprensa Vermelha!




Para quem tem o costume de acessar o Jornal do Commercio Online, isso não deve ser uma novidade, mas eu acho impressionante a quantidade de notícias sobre assassinatos que são veiculadas diariamente por este veículo.

Acho que eles até criaram editorias para isso: Crime, Morte, Violência, Polícia.

Olha só o que saiu, só nesta sexta-feira, até agora.


Crime
Adolescente de 16 anos assassina segurança em Jaboatão
Publicado em 09.06.2006, às 07h54

Morte
Casal é assassinado a tiros dentro de casa em Olinda
Publicado em 09.06.2006, às 08h34

Violência
Cabo da PM reage a assalto e é morto a tiros em Piedade
Publicado em 09.06.2006, às 07h45

Polícia
Acusado de matar dentista em Boa Viagem se diz arrependido
Publicado em 09.06.2006, às 13h01

Haja vermelho para tanto sofrimento.

quinta-feira, 8 de junho de 2006

Trilha de Hoje - Vina

10 anos de Toquinho e Vinicius


Poucas palavras resumem este disco: Uma obra linda, que cai nos ouvidos como seda, chega à boca como poesia, e prende a mente com amor.


Toquinho, Tom e Vinicius

Um boêmio excêntrico!

O Segredo de Joe Gould

“Este livro consiste de duas visões de um mesmo homem, uma alma perdida chamada Joe Gould. Ambas são perfis feitos para a revista The New Yorker. O primeiro, “O Professor Gaivota”, escrito em 1942, foi publicado na edição de 12 de dezembro de 1942. Vinte e dois anos depois escrevi o segundo, “O segredo de Joe Gould”, que saiu nas edições 19 e 26 de setembro de 1964”. – Nota do Autor.

O Segredo de Joe Gould de Joseph Mitchell é considerada uma obra-prima do jornalismo literário, o livro conta a história de “um homenzinho alegre e macilento, conhecido em todas as lanchonetes, tabernas e botecos imundos do Greenwich Village”. Através do perfil de um personagem peculiar, Mitchell conta um pouco da história dos boêmios, artistas e freqüentadores do Village em Nova York.

O autor na primeira parte do livro nos revela a personalidade de Gould: um personagem curioso que vivia nas ruas, fumava tocos de cigarro, andava com roupas um ou dois números maiores que o seu, e dedicava a maior parte de seu tempo à escrita de "Uma história oral de nossa época" -, um livro para a posteridade e o maior da história. Uma obra que falava do cotidiano das pessoas, fruto das “escutas” de Gould durante anos perambulando pelo Village, e que na opinião do boêmio, seria uma obra-prima para a história da humanidade.

Mitchell faz duas grandes reportagens que prendem os leitores, por dois motivos simples, mas que nas mãos de outro autor não teriam surtido o mesmo efeito: a simplicidade e o uso de aspectos da ficção para contar uma história real. Como um bom repórter Joseph não se contenta em conversar com Gould uma vez, ele se insere na vida do personagem, fala com seus amigos e conhecidos, lê trechos da obra do boêmio, para assim transpor para o papel tudo aquilo que vivenciou.

O Posfácio do livro escrito por João Moreira Salles (que eu tanto admiro), resume muito bem o repórter da New Yorker: “Joseph Mitchell era um escritor especialíssimo, tanto na escolha dos temas como no método de escrita”. Do simples, ele retira o belo e as revelações mundanas.

Essa "tar" de tecnologia...

Ontem, tentei o dia todo postar algumas novas idéias aqui, mas essa "tar" de tecnologia impossibilitou tal acontecimento.

terça-feira, 6 de junho de 2006

Trilha de Hoje - Da Mata e Aimee Man

Essa Boneca Tem Manual
Bachelor No. 2 or, The Last Remains Of The Do

Duas mulheres, duas vozes únicas e dois estilos totalmente diferentes e nacionalidade também.

Agora não posso, mas eu vou tentar comentar os dois discos amanhã.

Por que o jornalista não arruma? RESPOSTA

Eu mandei um e-mail para o Estadão e eis abaixo a resposta. Dúvida respondida e uma coisa surpreendente: a resposta foi super cordial e rápida. Um ponto pro Estadão.

Para: Marione Tomazoni
De: Cley Scholz
Chefe de reportagem do Caderno de Economia
Jornal O Estado de S. Paulo

Informamos que a grafia do nome da Petrobrás no Estadão segue a orientação do manual de redação do jornal, que mantém o acento em respeito às normas gramaticais, apesar de a empresa ter adotado a grafia sem acento no logotipo.
Agradecemos a carta e o interesse no nosso trabalho.

Obrigado

segunda-feira, 5 de junho de 2006

Trilha de Hoje - Oasis

Definitely Maybe e Whats the Story Morning Glory

O disco de estréia da banda inglesa Oasis, "Definitely Maybe", foi eleito o melhor da história em uma votação promovida por duas publicações inglesas.
Lançado em 1994, o disco foi para o primeiro lugar da parada britânica uma semana após chegar às lojas graças a sucessos como "Live Forever", "Supersonic" e "Cigarretes and Alcohol".
A pesquisa foi organizada pelo semanário inglês "New Musical Express" e pelo guia anual que compila os singles e discos que entraram nas paradas britânicas, "British Hit Singles and Albums", atualmente em sua 18ª edição.
A matéria continua em: http://musica.uol.com.br/ultnot/2006/06/01/ult89u6545.jhtm

Eu, particularmente, gosto demais do CD "Whats the Story Morning Glory", talvez seja, por ser meu único disco importado, ou por eu tê-lo comprado quando viajei para a Disney em 1996. Este é o segundo álbum da banda inglesa. Lançado em 1995, foi um sucesso de vendagem, alcançando o primeiro lugar nas vendas do Reino Unido, e a quarta posição nos EUA. Em todo o mundo, vendeu 18 milhões e 200 mil cópias.

O primeiro disco da banda é considerado o melhor, porque o Oasis inovou o cenário do rock nos anos 90. Se eles tivessem lançado primeiro "Whats The Story" (quinta posição do ranking), tenho certeza que este também seria eleito o melhor da história. Apesar de abominar o gênio dos irmãos Gallagher, não posso negar que eles até hojé fazem música de forma visceral. As letras são intensas e a guitarra de Noel soa com paixão.

Violência!

Foi uma tragédia a morte do guitarista do Detonautas, Rodrigo Netto, que foi baleado na madrugada deste domingo, no Rio de Janeiro após ter fugido de uma tentativa de assalto.

Outro caso parecido acorreu com o ex-baterista da banda O Rappa, Marcelo Yuka, que em 2000 foi ferido a tiros durante um assalto na Tijuca e ficou paraplégico.

Mas uma coisa me choca, a repercussão que a imprensa faz do caso. Olhe as manchetes de hoje do portal Folha Online: "Guitarrista Rodrigo Netto gostava de Beatles e The Who", "Netto pode ter tentado salvar avó, diz irmão de guitarrista morto".

Meus humildes questionamentos:

1- Por que essa mania de criar heróis, apenas depois que eles morrem?
2- Por que os jornalistas não sobem o morro e descobrem quantos inocentes também morrem devido ao tráfico de drogas e à miséria?
3- Por que eles não cobrem a morte de um morador qualquer que pode ter morrido no dia anterior ou há uma semana atrás e que também deixou a família desolada e revoltada?
4- Se qualquer amigo meu que morra no Rio for alvejado por tiros tentando fugir de um assalto, será que vão colocar isso na manchete do jornal, mesmo que ele não seja rico e famoso?
5- Por que não mostram que as conseqüências da triste morte de um jovem é resultado do descaso do governo responsável pela educação, saúde, lazer daqueles que necessitam?
6- Por que não mostrar as estatísticas da desigualdade social do Rio e do Brasil?
7- Por que não bater na porta da governadora Rosinha e de seu marido Garotinho - que faz greve de fome enquanto o povo morre de fome - e questioná-los sobre o que está sendo feito para reverter estes índices alarmantes de violência?

No blog dos Detounatas eles também deixam seu sinal de protesto após tão triste perda:
http://www2.uol.com.br/detonautas/

domingo, 4 de junho de 2006

Tempo!

O tempo está passando tão rápido.
Hoje eu estou aqui sentada na frente do pc.
Há uma semana, eu estava rindo com meus amigos num bar.
Há duas semanas...O que eu estava fazendo?
Ah, já sei, curando a ressaca.
E no domingo anterior...Nem imagino.
O tempo passa rápido e a vida voa.
Do que você se lembra?
Eu me lembro das coisas boas, dos momentos alegres, das noites de amor, da realização de uma paixão, de ter ajudado um desconhecido e ter recebido em troca um sorriso, dos bate-papos surrealistas, com influência rodrigueana, nos bares limpos ou sujos da cidade, com os meus boêmios amigos ou amores.
Tudo bem que nada é fácil, a vontade de desisitir sempre surge mais forte e a raiva e a cara fechada lutam por te vencer, mas...

Mas...

Já que sua vida tem que trilhar um caminho, que pelo menos este seja feito de pequenos momentos felizes, que possam ser assistidos e reprisados pelo vídeo da memória.

Amo vocês: amigos, paixões, amores, família, e todos os momentos inesquecíveis.











sexta-feira, 2 de junho de 2006

Por que a jornalista não arruma?

Pronto, ninguém vai precisar me corrigir mais. O erro foi reparado. Valeu Ana Maria!

Trilha de Hoje - Céu

Céu

Com apenas 25 anos, Maria do Céu Whitaker Poças, é aclamada pela crítica como a nova cara da MPB. Seu CD de estréia que tem produção de Beto Villares, dono do selo Ambulante, é uma mistura de MPB, samba, eletrônico, metais e valsa. Céu é co-autora de 12 das 15 faixas do disco, que leva o seu nome e mostra que além da voz extraordinária, suas composições apresentam conteúdo.

A primeira música Lenda se inicia com violão e o baixo que está em destaque. A composição é uma fábula transformada em canção, algo interessante de se escutar: “(...)jogo-lhe um quebrante num instante você vira sapo, bobeou na crença príncipe volta ao seu posto de lenda”.

Malemolência, procurei no dicionário e não encontrei o significado, dei um “google” e encontrei alguns sites que usam esta palavra, no meu entender, ela designa “suingue único”, que é o que a batida da música proporciona, juntamente com a voz de Céu que se intercala em ápices e quedas de som.

Batidas eletrônicas, ranger de ferro que se assemelha ao de um balanço de criança, são os elementos que fazem a diferença na faixa Roda. O movimento manguebeat utilizou muitas “pegadas” de samplers eletrônicos e inovou o que, até então, havia se feito na música brasileira e deixou, assim, sua influência voar por todos os segmentos da música.

10 Contatos em poucos versos nos prende e mostra um romantismo delicado, simples e que fala do tempo que pode parecer pouco, mas na realidade é saudoso quando se ama.

Mais um Lamento é mais uma faixa onde o baixo rouba a cena e se torna mais belo ainda, com a consonância do trompete e a percussão.

O cover de Bob Marley é uma visão pessoal de Concret Jungle, e que não foge da proposta do “pai do reggae”.

A canção Véu da noite, com apenas 11 palavras, voz inconfundível e metais mais do que afinados, mostram uma harmonia perfeita entre melodia e composição.

Bobagem mostra que a artista não pretende apenas cativar pelo conjunto de seu produto, mas também desvenda o lado engajado de Céu, que crítica os parâmetros estéticos impostos socialmente: “minha beleza não é efêmera, como o que eu vejo em bancas por aí”, acompanha batuque calmo e lento”.

Em todo o CD percebe-se a voz inconfundível e bela de Céu. A mistura do eletrônico com a simplicidade do violão, o trompete e os zumbidos maquinais, a percussão e a bateria, todos estes detalhes dão sabor para a criação desta admirável obra.

O CD Céu está a venda no site do Submarino (http://www.submarino.com.br/) e para quem ficou curioso pode ser escutado em www.uol.com.be/radio

Por que o jornalista não arruma?

O caderno Econômia & Negócios do jornal O Estado de S. Paulo, todo os dias traz um erro, o jornalista simplesmente acentua o nome da estatal brasileira Petrobras. Se ele for até o site da companhia verá que em todos os releases, matérias e em todo o site eles não usam acento.

Olha aqui, matéria do site da Petrobras do dia dois de junho: O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli de Azevedo, participaram no dia 2 de junho, na Cidade de São Paulo, da solenidade de lançamento dos editais do Processo Seletivo Público do Plano Nacional de Qualificação Profissional do Prominp (Programa de Mobilização da Indústria Nacional do Petróleo e Gás Natural), destinados a implementar o treinamento de 70 mil profissionais de níveis básico, médio e superior, até 2007, no setor de petróleo e gás.

Tudo bem que Petrobras, nas normas gramaticais deveria ter acento, mas é um nome que foi determinado em lei, CNPJ, etc, etc.

Por favor, alguém me corrija se eu estiver errada.

Trilha de Ontem – Carioca o novo do Chico

Agora vai...

Carioca

“Ele é carioca, ele é carioca, só no seu jeitinho de andar”


Depois de oito anos, saiu em maio Carioca, o novo CD de Chico Buarque, que não lançava nada desde A Cidade, em 1998.

A espera valeu a pena, logo na primeira faixa Subúrbio, o samba é o ingrediente principal – assemelha-se à sonoridade e estilo de cantar de O Meu Guri -, a beleza da melodia com a letra mostram porquê Chico é considerado um ícone da música popular brasileira.

Ode aos Ratos merece destaque por ser diferente, com uma letra que não é muito fácil de se assimilar, Chico é audaz e em um trecho cria uma espécie de hip hop “buarquiano”, que foi muito bem construído. “Rato que roí a roupa, que roí a rapadura...”

Carioca mistura: samba, bossa, bolero, blues, jazz, música caribenha, valsa e hip hop. A carreira e a experiência de Chico permite que ele faça uma antropofagia de ritmos, e atinja uma harmonia com o que traz de inovador e com o que ele carrega em seu repertório.

Dura na Queda combina ritmo caribenho e metais. Volta à marca de Chico da batida dançante, que reflete a vida com poesia e versos marcantes. “Viva a folia, a dor não presta (...) A lua iluminará o mar. A vida é bela e o sol a estrada amarela”.

Melodia fúnebre sucedida pelos acordes lentos do violão, a voz lamentosa e pausada da música Porque Era Ela, Porque Era Eu diz: “ Eu não sabia explicar...nós dois...Ela mais eu... porque eu...e ela...Não conhecia poemas, nem muitas...palavras belas, mas ela foi me levando pela mão...”. Mesmo com faixas mais animadas, sempre há na obra de Chico uma música triste tanto na letra quanto no acompanhamento.

Como não poderia faltar, a homenageada do novo disco é Renata Maria, musa inspiradora como foi Ana de Amsterdam, Angélica, Beatriz, Cecília, Geni e muitas outras. Fica o desafio, será que eu também posso ganhar uma música com o meu nome Marione, sei que ele rima com muitas coisas - segundo muitos de meus amigos como a querida Tatiana e o querido Daniel -, Panetone, Macarrone, Torrone, Ciclone...

Chico sempre será contemporâneo e ao mesmo tempo “vanguardista”, seu retrato da dor de amor e dos caminhos poéticos da vida, marcam gerações de amantes da música, ele consegue cativar àqueles que viram da bossa nova surgir e os que estão em busca da essência da popular música brasileira, em meio ao eletrônico, black music, rocks alternativos, progressivos e todos os outros “ismos” (isso não é uma crítica ao rock ou a qualquer outro tipo de ritmo, apenas a defesa daqueles que influenciaram muitos músicos).

Para que quer ouvir Carioca na íntegra é só acessar: http://www.chicobuarque.com.br/ ou www.uol.com.br/radio

Para ter mais informações sobre a obra e ver alguns trechos do documentário Desconstrução, do jornalista Hugo Sukman, que acompanhou Chico Buarque no estúdio, acesse: http://www.biscoitofino.com.br/

quinta-feira, 1 de junho de 2006

Não gosto da tecnologia

Eu acabei de escrever usobre o novo CD Carioca do Chico Buarque, deu trabalho e essa tecnologia, não salvou o que fiz e ainda sumiu com o arquivo. Não sei se sou eu ou "ela", que complica...

Ps: em protesto não vou arrumar os erroas.

Apoio ao cinema nacional

Nesta quinta-feira, dia primeiro de junho, o Caderno 2 do jornal O Estado de S. Paulo publicou a matéria "Quem vai fazer a fila andar?", em que conta as dificuldades dos filmes brasileiros em entrar em cartaz.

Segue um trecho:

Os produtores brasileiros quebram a cabeça para tentar salvar o cinema nacional de um naufrágio. Este é um ano muito complicado, quando a Copa e o efeito O Código Da Vinci se somam aos problemas crônicos da nossa produção.

O resultado é que há, hoje, quase 80 filmes nacionais prontos esperando uma vaga para estrear no circuito - metade deles nem sequer tem distribuidora.

Um deles é Um Lobisomem na Amazônia, de Ivan Cardoso. Com o filme prontinho, depois de 13 anos sem filmar, mas sem distribuidora, o "mestre do terrir" encontrou uma saída original. "Já que não conseguimos estrear o filme, estreamos o trailer", diz o produtor do longa-metragem, Diler Trindade, da Diler & Associados, que não se conforma com a resistência dos distribuidores em abraçar a causa do filme.

Enquanto isso, o trailer está lá no site do terrir (www.terrir.com.br), fazendo trincheira na esperança de que o filme comece a ganhar fãs no boca-a-boca. É muito engraçado e adianta que Cardoso mantém o ritmo incrível de As Sete Vampiras que fez muito sucesso em 1986- muita mulher bonita, vários seios à mostra e situações além do absurdo. "Totalmente filmado na Amazônia... E na Floresta da Tijuca", alardeia o solene locutor.

"Recebemos um aceno de uma distribuidora de que poderemos entrar em cartaz no Halloween, em outubro, mas ainda não está fechado", antecipa Diler. O que o tipicamente brasileiro terrir tem a ver com o dia das bruxas americano? Bem, é muito estranha a lógica do mercado cinematográfico no Brasil - talvez nem tenha lógica. O tema foi debatido recentemente entre algumas das principais figuras do nosso cinema, num seminário na Universidade Federal Fluminense, em Niterói. Na tenda do Cine Tela Brasil, montada no campus, passaram nomes como Carlos Eduardo Rodrigues (Globo Filmes), Diler Trindade, os cineastas Domingos Oliveira e Sandra Werneck,além de representantes dos diversos setores da cadeia cinematográfica.

Vale a pena assistir ao trailer de "Um Lobisomem na Amazônia".

Crítica

A Criança (L´enfant) de Jean-Pierre e Luc Dardenne

Por Marione Tomazoni

Vencedor da Palma de Ouro de Cannes, no ano de 2005, este é o segundo filme dos irmãos Dardenne premiado no festival francês, o primeiro foi Rosseta, em 1999.

A Criança mostra um lado nada glamouroso da França, podê-se até mesmo comparar a história com a realidade social brasileira. A jovem Sônia de uns 19 anos acaba de dar a luz a Jimmy, e está à procura de seu namorado Bruno, pai do recém nascido - que deve ter no máximo 20 anos.

Na sequência inicial quando Sônia carrega a pequena criança pelas escadas de um prédio, um telescpectador atento, poderá notar uma câmera que se movimenta muito e acompanha os passos da moça, aspecto que revela a inflûencia do documentário sobre o filme.

Bruno vive do dinheiro e da venda de objetos de seus furtos e chega às últimas conseqüências quando vende seu próprio filho. A namorada tem um ataque de nervos e ele volta atrás da atitude e agora tenta ter o bebê de volta.



A Criança tem influência do neo-realismo, porque mostra a vida nua e crua, apresenta as dificuldades dos jovens pais, a falta de dinheiro, a vida nas ruas e a periferia francesa, com sujeira nas calçadas e sem aquelas paisagens deslumbrantes do Louvre ou Torre Effeil.

Além disso, o filme consegue mostrar a simplicidade e a inocência do relacionamento entre dois jovens, que ainda estão para descobrir as crueldades de uma vida sem recursos e tranqüilidade. A beleza está implícita quando Bruno corre atrás de Sônia - após ela ter lhe jogado refrigerante - e os dois rolam num gramado verde e riem, como se aquele fosse um momento único e todas as dificuldades tivessem sido apagadas.

Para quem gosta de um cinema sem grandes efeitos especiais e sem revelações obscuras da humanidade, pode optar em assistir A Criança.

Serviço:

CineSesc: 15h 17h10 19h20 21h30

Espaço Unibanco - sala 2: 14h 16h 18h 20h 22h

HSBC Belas Artes - Sala Aleijadinho: 15h 17h 19h 21h

Reserva Cultural de Cinema - 2: 15h10 17h10 19h10 21h20

Unibanco Artplex Frei Caneca - Sala 6: 13h20 15h30 17h40 19h50 22h 00h somente sábado