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quinta-feira, 9 de novembro de 2006

Dissecando a Piauí

Revista Piauí

Organizada pelo ex-documentarista João Moreira Salles, a primeira edição da revista Piauí chegou às bancas no início de outubro. Sua campanha a colocou como uma revista revolucionária, que não tem linha editorial e quer contar boas histórias com humor. Não haverão restrições temáticas e os colaboradores terão liberdade de expressão. Bom até aí, ótimo, eu achava que a Piauí seria muito boa e finalmente daria um rufo de ar para as diversas publicações que vemos nas bancas, das quais salvam-se apenas umas dezenas.


Sinceramente depois de ler os textos, eu particularmente não gostei. O melhor desta nova publicação são as ilustrações, porque o conteúdo em quase tudo que li, salvo algumas exceções é chato, ufanista e com informações que não condizem com a realidade da população brasileira.
O nome da revista é ótimo, pena que o que foi divulgado não tem a ver com a realidade.

Sinceramente, eu não achei a menor graça, não sei nem mesmo se era para ser engraçado, um texto em que o Coiote quer processar a ACME, por danos psicológicos e materiais.

Logo no início, esbarrei com a primeira leitura, totalmente decepcionante, algo sobre a primeira menina do mundo, não há nexo, ou minha mente infelizmente não acompanha o intelecto do escritor.

Quando Ivan Lessa fala mal do Rio de Janeiro e exalta a tão querida Londres, como não tive ainda a oportunidade de ir pras Europa, fico aqui, discordando de Lessa, sendo uma adoradora da cidade maravilhosa, que é eternizada por poetas e músicos do mundo todo. No Rio, há problemas claro, mas sua beleza e marco como ponto turístico são incontestáveis.

A Danuza Leão se salva pelo texto bem escrito, mas o que esse G.G. faz de tão importante que mereça o primeiro perfil escrito na primeira edição. Ah já sei, ele é importante porque faz vestidos que custam mais de R$ 5 mil para pessoas no mundo todo e por ter um apartamento enorme no Centro, mas dormir num hotel para não desarrumar seu lar doce lar. Não tiro o mérito das conquistas de Guilherme Guimarães, gostei de sua história de vida, mas achei o tom da matéria um atentado a mim reles mortal que reclamo do preço da revista de R$ 7.90 e que lê a Piauí em pé no busão lotado, que desce a Cardeal Arcoverde.

A matéria sobre os milhões de jovens que ganham pouco e trabalhando muito nas empresas de telemarketing também foi umas das coisas que salvou a revista e a história da jovem jornalista que vai para Nova York trabalhar num restaurante indiano é o terceiro acerto da publicação. Porém após esta última a decadência, compara-se com a queda de um precipício.

Hora de choro, pego um lenço, lágrimas escorrem quando leio a exaltação ao inteligente e humanista - já que trata bem seu motorista - o afastado Roberto Jefferson. Como todos roubam, ele não teve alternativa e roubou mais, pois é um coitado, né. Ele “oferece lições de retórica e política” para nós idiotas.

Bom, que cada um tire suas próprias conclusões, mas eu acho que o JMS deveria voltar para o documentário, pois é uma coisa que faz muito bem. Agora é esperar a segunda edição para ver se minha opinião é recorrente. Se bem que vou ter que gastar mais R$ 7,90, alguém não quer me presentear para continuar minha análise?

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